Entre os inúmeros fatores de influência social, os/as estudantes universitários/as são sensíveis aos comportamentos dos seus pares, sendo este considerado um preditor psicossocial robusto do consumo de substâncias psicoativas. O objetivo deste estudo prendeu-se com a análise da influência dos pares consumidores de substâncias psicoativas no consumo dessas mesmas substâncias por estudantes universitários. Este é um estudo transversal com uma amostra probabilística (n = 840) de estudantes universitários portugueses. Os dados foram recolhidos através de um questionário de autorelato anónimo e previamente validado composto por questões acerca dos consumos de substâncias psicoativas e dos consumos dessas substâncias pelos seus pares. Os resultados identificaram uma elevada prevalência de consumo de substâncias psicoativas (20.1%, 22.2% e 60.0% dos/as estudantes era fumador, consumidor de drogas ilícitas e apresentava um consumo excessivo de álcool, respetivamente). A maioria dos/as estudantes inquiridos/as referiu ter amigos/as consumidores/as de tabaco (84.8%), de drogas ilícitas (52.3%) e de álcool (93.9%). O consumo de substâncias psicoativas associou-se positivamente com ao consumo de substâncias psicoativas pelos pares. Estes resultados têm implicações práticas na investigação e intervenção em educação para a saúde no Ensino Superior. Por um lado, mostra a importância das instituições de ensino superior monitorizarem regularmente os comportamentos não-saudáveis e, por outro lado, que os programas de intervenção deverão capacitar os estudantes na tomada de decisões conscientes e positivas, promovendo o desenvolvimento de competências de regulação das emoções e a participação ativa das redes sociais mais próximas.