Sob a superfície do sistema partidário: carreiras políticas e eleições majoritárias

Abstract

Resumo: Os principais objetivos deste artigo são: verificar se a alta fragmentação da representação política na Câmara dos Deputados ocorre também no Senado Federal, nos Executivos estaduais e nas prefeituras das capitais; e se a fundação de novos partidos retirou dos “tradicionais” o controle sobre postos relevantes de poder, abrindo espaço para políticos sem carreiras políticas consolidadas conquistarem tais posições. Empreendeu-se uma análise da distribuição partidária de 27 governos estaduais, 26 prefeituras de capitais e das 81 cadeiras no Senado. Tal mapeamento permite comprovar que os cargos majoritários se encontraram, ao longo dos anos de 1994 a 2016, fechados para um pequeno número de legendas “tradicionais” (PMDB, PSDB, PT e DEM) e políticos em circulação por postos majoritários.

O Senado em duas décadas: social background dos senadores eleitos entre 1994 e 2014

“…Processouse durante esses vinte anos o predomínio dos grandes partidos, preponderantemente de centro e direita, em que até mesmo as tradicionais e enraizadas agremiações de esquerda tiveram obstáculos para chegar à Câmara Alta. Não apenas o maior representante desse segmento ideológico teve dificuldades para obter e, sobretudo, manter um grande contingente de O caráter majoritário das eleições para o Senado e a alternância da renovação (da terça parte e outros dois terços), intercalada ao longo dos oito anos de mandato senatorial, contribuíram significativamente para esse quadro (CENTENO, 2020;MADEIRA, OLIVEIRA;CENTENO, 2022). Resta nos próximos parágrafos averiguar se esse padrão ideológico-partidário também se traduziu em perfis claros e ideologicamente associáveis no social background dos Senadores eleitos.…”