ResumoNeste texto, problematizamos o movimento de hegemonização do discurso da qualidade da educação científica e a noção de crise a ele associado em um enfoque discursivo. Focalizamos as demandas reivindicadas por comunidades epistêmicas de Ensino de Ciências mediante os nomes Natureza da Ciência, Qualidade e Crise da educação científica, buscando compreender como o esvaziamento desses significantes participa na disputa pela significação do que seja uma experiência escolar relevante em ciências. Argumentamos que as demandas estão articuladas em torno da tentativa de definição de uma identidade essencial para a educação em ciências, antagonizando-se a políticas não prescritivas de currículo. Defendemos a impossibilidade última de controle da significação do currículo, do ensino de ciências e do espaço social, mantendo a educação em ciências aberta ao risco e a alteridade irredutível, desvinculando-a de fundamentos educacionais universais.
AbstractIn this text, we problematize the movement of hegemonization of the quality discourse of the scientific education and the crisis notion associated with it in a discursive approach. We focus on the demands claimed by epistemic communities of Science Teaching through the names Nature of Science, Quality and Crisis of scientific education, seeking to understand how the emptying of these signifiers participates in the dispute for the meaning of what is a relevant school experience in science. We argue that the demands are articulated around the attempt of definition of a essential identity for science education, antagonizing nonprescriptive curricular policies. We defend the ultimate impossibility of controlling the significance of curriculum, science teaching and social space, keeping science education opens to the risk and the irreducible otherness, dissociating it from universal educational foundations.