Sobre as diferentes formas de habitar as normas e ativar modulações no parentesco: um caso ticuna

Abstract

Embasado na relação de interlocução e pesquisa realizada com índios Ticuna, população ameríndia habitante de áreas localizadas às margens e aos interflúvios do rio Solimões, no Amazonas, este artigo adota a perspectiva descritiva e narrativa de um “caiguwaecu”, “parente com jeito de mulher”, para discutir, a partir dela, as formas através das quais um jovem indígena habita as normas que incidem sobre a fabricação generizada da pessoa e produz modulações no parentesco, alterando sua posição de homem solteiro para esposa potencial (namã), recriando para si um domínio de feminino.

A dinâmica do parentesco Kariri-Xocó e a força do ritual nas experiências de mobilidade de jovens “gueis”

“…Este artigo também se aproxima de outra temática -a sexualidade entre povos indígenas, especialmente a partir de inspirações teóricas que revelam como este domínio da prática social (RIVAL et al, 1998) é vivido e experienciado pelos sujeitos, a partir de inúmeras "interconexões entre as cosmologias indígenas e a produção de subjetividades diferenciadas [...]" (BELAUNDE, 2015a). Na última década, pesquisas etnológicas (SANTANA, 2021;CIMBALUK, 2020;BE-LAUNDE, 2015a, 2015bPISSOLATO, 2015;ROSA, 2015ROSA, , 2016ROSA, , 2019MCCALLUM, 2013) vêm demonstrando, de diferentes formas e em distintos contextos etnográficos, o quanto a "ideia da sexualidade coloca em movimento uma abertura à alteridade, corporal, social e temporal" (BELAUNDE, 2015a). Contudo, na área etnográfica denominada como Nordeste (MELATTI, 2016) a abordagem ainda carece de estudos aprofundados.…”