Sobrevida global e fatores associados em mulheres com câncer de mama metastático tratadas com trastuzumabe em uma instituição pública de referência

Abstract

RESUMO Objetivo: Caracterizar fatores associados e sobrevida global de mulheres com câncer de mama metastático tratadas com trastuzumabe, após sua incorporação ao Sistema Único de Saúde, e apresentar os custos diretos dessa tecnologia. Métodos: Trata-se de uma coorte retrospectiva, baseada em dados de prontuários do Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro (RJ). Foram incluídas mulheres com câncer de mama metastático HER-2 positivo em tratamento com trastuzumabe no período de setembro de 2017 a agosto de 2018. A sobrevida global foi estimada pelo método Kaplan-Meier e comparada entre grupos pelo teste de log-rank. Resultados: Foram selecionadas 136 mulheres, cuja mediana da idade do diagnóstico foi de 51 anos (amplitude: 21-81 anos). A mediana da sobrevida global foi de 43,63 meses (IC95% 33,92–53,34). Observa-se que a mediana da sobrevida global para a população já diagnosticada com doença metastática (estádio IV) foi significativamente menor do que para as pacientes diagnosticadas nos estádios I-III (37,43 meses vs. 48,6 meses, p<0,01). Já mulheres sem uso prévio de trastuzumabe apresentaram uma mediana de sobrevida global maior do que as pacientes pré-tratadas com trastuzumabe (45,16 meses vs. 40,73 meses, p<0,01). Conclusão: O trastuzumabe aumentou a sobrevida no câncer de mama metastático HER-2 positivo. Metástases cerebrais e múltiplas mostraram-se associadas a um pior prognóstico. É fundamental evitar o estadiamento avançado e realizar tratamento cirúrgico, destacando-se a mastectomia radical. O Sistema Único de Saúde deve adotar políticas e estratégias para o diagnóstico precoce e garantir acesso ao trastuzumabe, considerando seu alto custo.

Análise geral do diagnóstico, tratamento e prognóstico do câncer de mama no Brasil: Uma revisão sistemática

“…O significado de câncer abrange diversos tipos de patologias malignas, mas que possuem em comum o crescimento acelerado e desordenado de células tumorais, podendo invadir tecidos próximos ao órgão acometido, ou gerar metástase, atingindo órgãos a distância. (Gonçalves, et al, 2023;Aguilera-Eguía et al, 2022).…”

“…Segundo uma pesquisa realizada no ano de 2022, foi verificada que para o sexo feminino, há uma grande proporção de casos novos e óbitos por CA de mama e colo de útero principalmente em mulheres com 50 anos de idade ou menos Santos et al, 2022). Para a neoplasia mamária foi identificado fatores de risco específicos da doença, de acordo com o Continuous Update Program (CUP) do World Cancer Research Fund (WCRF), algumas mulheres apresentam maiores riscos de desenvolvimento do câncer, sendo elas as pacientes obesas durante a fase adulta possuindo maior risco na fase da pós-menopausa (Campos et al, 2022;Gonçalves et al, 2023).…”

“…De acordo com a revisão realizada, as pesquisas apontam que a neoplasia mamária do tipo in situ apresenta um melhor prognóstico, pois, além do tratamento ser mais reservado e localizado, sem uso de por exemplo, quimioterapia e/ou radioterapia, não há relatos de metástases neste tipo de câncer. Todavia, em casos de falha no tratamento, o tipo in situ pode evoluir para o tipo invasivo, e gerar várias consequências para a paciente Gonçalves et al, 2023;Santos et al, 2022).…”

“…Para a escolha do tipo de tratamento, é necessário realizar o estadiamento da doença, caracterizado do Estágio I ao Estágio IV. Em resumo, o CA de mama classificado nos estágios I e II, possuem tratamento local, no estágio III, o tratamento inicial consiste em quimioterapia e, posteriormente, uso de radioterapia e/ou cirurgia (Jomar et al, 2023;Gonçalves, et al, 2023). Já no último estágio (IV), a principal via de escolha é o tratamento sistêmico.…”