ResumoGrupos de empréstimo (GEs) e capital social são elementos primordiais para as muitas soluções em operações de microfinanças ao redor do mundo. No entanto, a capacidade dos GEs para reduzir os custos e os riscos de transações das instituições de microfinanças (IFM) são mediados pelo ambiente institucional. A partir desse pressuposto, discutimos as interações existentes entre os ambientes institucionais dos países desenvolvidos (anglosaxões e comunitários) e os países em desenvolvimento com diferentes estoques de capital social (individual, em rede e institucional), bem como as influências dessa interação sobre a eficácia dos GEs. Para tanto, construímos, a partir da perspectiva institucional de O. Williamson, um framework teórico que coloca em interação todos esses elementos e que permite analisar as suas principais relações dentro do contexto deste estudo. Com base nesse framework, propomos que, nos países em desenvolvimento e nos países anglo-saxões, tanto o estoque de capital social individual quanto o em rede são os mais importantes para a eficácia dos GEs. No entanto, em países anglosaxões, esses dois estoques de capital social são complementados por dispositivos formais de contratação. Nos países comunitários desenvolvidos, porém, os estoques de capital social institucional têm um impacto positivo mais forte sobre a dinâmica dos GEs.Palavras-chave: microfinança; grupos de empréstimo; capital social; ambiente institucional.
AbstractLending groups (LGs) and social capital are two central elements to the many microfinance solutions operating around the world. However, LG effectiveness in reducing transaction costs and lending risks for microfinance institutions (MFIs) is mediated by institutional environments. Starting from this assumption, we discuss the existent interactions between the institutional environments of developed (Anglo-Saxon and communitarian) and developing countries with different stocks of social capital (individual, network and institutional) and the influences of this interaction on LG effectiveness. In order to do so, we applied the institutional perspective of O. Williamson to build a theoretical framework to examine the interaction of all these conditions, allowing for analysis of their main relations within the microfinance context. Based on this framework, we propose on the one hand that in developing and Anglo-Saxon developed nations, stocks of both individual and network social capital are the most important for an LG's effectiveness. However, in Anglo-Saxon countries, these two stocks of social capital are complemented by formal contracting devices. In communitarian developed countries, on the other hand, the stocks of institutional social capital have a stronger positive impact on LG dynamics.