Essa dissertação busca revelar como a identidade do Estado leva à reprodução de um comportamento peculiar compondo um ambiente de organizações regionais que se apresentam como latinoamericanas ou sul-americanas. As relações no âmbito regionalista nesta parte do mundo são peculiares, pois o sucesso destas organizações em produzir resultados de longo prazo em termos materiais é altamente duvidoso. Isso requer um entendimento mais atencioso para o caráter social das organizações regionais e para os Estados interagindo com e dentro delas: apresentam características de grupos sociais. A pergunta principal feita aqui é, portanto: como a identidade de Estado afeta decisões de criar, aderir a, permanecer dentro ou fora e desviar socialmente de organizações regionais na América Latina e América do Sul? Para entender melhor no que consistem identidade, identidade de Estado e os papéis interativos que têm, essa dissertação adota as premissas ontológicas do social-construtivismo convencional para conceitualizá-los. Para então chegar a um quadro de medição, recorre-se à escola do pragmatismo e emprega-se a análise abdutiva deweyana. Para estudar as normas, os motivos e os interesses de três ministérios de relações exteriores latinoamericanos e sul-americanos e sua interação com seu ambiente regional, usa-se discursos obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas com quatro diplomatas em Brasília. Conclui-se que tais discursos não fornecem uma lente sobre a reprodução mútua de agentes e estrutura. Apresentam, ao contrário, o ambiente regional como reflexão de motivações e interesses enraizados fundamentalmente nos ambientes geográficos dos Estados individuais, cada um dos quais os entrevistados definiram de forma diferente. As decisões que dizem respeito ao ambiente regional nesta parte do mundo são, portanto, muitas vezes sujeitas à vontade política de atores governamentais nacionais, ou à falta dela. Regionalmente, os interesses de tais atores convergem quanto à defesa mútua da soberania nacional. Evidências provisórias para um interesse comumente identificado que vai além disso encontram-se entre Estados que definem suas políticas externas como pragmáticas (Brasil, Chile). Contudo, tal pragmatismo contradiz estruturas 10 institucionais para tal interesse comum, o qual no fim das contas, então, também continua a ser o que as políticas nacionais fazem dele.