ResumoO artigo apresenta resultados de pesquisa realizada na Divisão de Saúde da Polícia Civil do RS a partir da análise de 543 fichas de triagens realizadas entre os anos de 2015 a 2020. Objetiva-se compreender os principais motivos que levam policiais a iniciar tratamento em saúde mental. A problematização dos dados pautou-se no conceito de "sofrimento psíquico" de Dejours, na noção de "cultura policial" de Monjardet e nos pressupostos da Psicologia Institucional. Foi constatado que são as mulheres policiais quem, proporcionalmente, mais buscam atendimento; que os policiais iniciam sofrimento psíquico nos primeiros anos de ingresso; e que os motivos expressos que os levaram a buscar atendimento são: conflitos nas relações conjugais, sintomas depressivos, psicossomáticos e acidentes em serviço. Destaca-se a importância de reforçar nas instituições de saúde policial os registros de atendimentos e os seus desdobramentos, a fim de subsidiar estatisticamente pesquisas, intervenções e políticas públicas voltadas para essa população.