RESUMO-A captura de CO 2 é uma técnica utilizada para diminuir a concentração deste gás na atmosfera e consiste em separá-lo do gás efluente e armazená-lo. Uma forma econômica de separá-lo é através de ciclos das reações calcinação-carbonatação, sendo interessante incluir uma etapa de hidratação do óxido de cálcio para evitar a sua sinterização. Diante disso, este trabalho visou caracterizar um resíduo em pó rico em calcário e estudar o seu aproveitamento para capturar CO 2 ao longo de cinco ciclos de reações. Construiu-se um Planejamento Composto Central com as variáveis temperatura e tempo de calcinação e utilizou-se a análise termogravimétrica para monitorar a capacidade de captura de CO 2 ao longo dos ciclos. Os resultados indicam que, conforme a temperatura aumenta, a capacidade de captura de CO 2 aumenta até atingir um valor máximo e que, com o passar dos ciclos, a capacidade de captura se torna cada vez mais independente da condição de calcinação.
INTRODUÇÃOO aumento da concentração de CO 2 na atmosferaé apontado como um possível responsável pela intensificação do efeito estufa e consequente aumento da temperatura da Terra. Segundo Wang e Chuang (2013), a concentração de CO 2 antes da Revolução industrial era de 280 ppm e atualmente é de 365 ppm. Para amenizar este cenário, tem-se a captura de CO 2 , a qual pode ser fundamental para a diminuição das emissões deste gás (Zeman, 2007).A captura de CO 2 consiste em não permitir que este gás saia para a atmosfera, armazenandoo em local seguro, como aquíferos salinos, reservatórios de petróleo e gás natural ou até mesmo nos oceanos. Como a corrente de CO 2 resultante encontra-se praticamente pura, pode-se ainda aproveitar este gás em processos como produção de refrigerantes. Mesmo que a relação entre a concentração de CO 2 e o aquecimento global não seja comprovada cientificamente, qualquer tecnologia que contribua para a diminuição da poluição é sempre satisfatória.Dentre as etapas da captura de CO 2 , a separação é a que envolve maior custo (LU et al., 2008). Diante disso, tem-se buscado alternativas econômicas para a separação do CO 2 de gases combustíveis. Uma forma atrativa de realizar esta separação é utilizando o óxido de cálcio, através da realização de ciclos consecutivos das reações carbonatação-calcinação (Nikulshina et al., 2009), sendo a primeira a reação de formação do carbonato de cálcio a partir da reação do óxido de cálcio com o CO 2 e a segunda a reação reversa (Abanades, 2002;Al-Jeboori et al., 2012;Wang et al., 2007). A vantagem deste processo é a utilização de uma matéria-prima abundante e barata (Abanades et al., 2004), já a desvantagem é o fato da capacidade de captura diminuir aolongo dos Área temática: Engenharia Ambiental e Tecnologias Limpas 1