Prosódia, variação e processamento automáticoNeste capítulo apresentamos um olhar panorâmico sobre a variação prosódica e sobre a sua interface com a área do processamento automático de fala. Tendo por base essencialmente a investigação que tem sido desenvolvida no português europeu sobre corpora de fala espontânea e preparada, em contextos de exposição e de interação, nomeadamente na variedade padrão falada em Lisboa, analisamos a variação da entoação em contextos declarativos e interrogativos, e abordamos as funções pragmático-discursivas que podem associar-se também a outros parâmetros prosódicos. Partindo de estudos comparativos inter-estilos (com maior/menor grau de espontaneidade e de planeamento, e natureza mais interativa/expositiva) e inter-falantes (espaço geográfico, género, grupo etário/estatuto), destacamos o papel da variação estilística e sociolinguística da prosódia no português europeu. Mostramos também o papel da variação no processamento automático de proeminência prosódica, pontuação, disfluências e emoções.Palavras-chave: prosódia, entoação, variação estilística, variação social, processamento automático de fala