O crescente uso de telas dos dispositivos eletrônicos vem causando preocupação aos governantes. Essas telas emitem diferentes tipos de comprimentos de onda de luz visível, um deles é a luz azul-violeta (onda curta e de alta energia). Porém, até agora pouco se sabe sobre a toxicidade que uma tela iluminada pode causar. Para isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da exposição a telas de smartphones com e sem filtro azul violeta, utilizando Drosophila melanogaster como organismo teste alternativo. Inicialmente foi projetado um aparato para expor as moscas à iluminação, a fim de testar a toxicidade em 3 tipos de incidência luminosa. A seguir, para testes in vivo foram realizados testes de sobrevivência e comportamentais. Ainda, foram investigadas as atividades de enzimas colinérgicas (AChE e BChE), antioxidantes CAT (catalase) e grupos tiol em tecidos de moscas. Nas análises ex vivo houve aumento significativo no efeito da atividade da AChE e BChE, para os grupos que possuíam lente com filtro oftálmico para luz azul-violeta e no grupo com filtro terapêutico azul. Embora não tenhamos observado mudanças significativas in vivo, este resultado sugere uma compensação adaptativa entre funções comportamentais e bioquímicas. Foi observado aumento na atividade enzimática da CAT, o que denota aumento na resistência do organismo ao estresse oxidativo. Portanto, o aumento na atividade dessas enzimas poderia estar associado à indução da produção de ROS (espécies reativas de oxigênio) em moscas e a uma ativação do sistema colinérgico, com maior atividade de algumas enzimas antioxidantes. Baseado nestes resultados concluímos que ocorrem alterações no organismo das moscas, quando expostas à luz da tela do smartphone.