Spirits and spiritist therapy in Southern Brazil: A case study of an innovative, syncretic healing group

Abstract

This paper examines the treatment of patients by a group of Spiritist healers in southern Brazil. After describing and analyzing a healing session, the practices are shown to be deviant from conventional Spiritism in two directions: (1) they employ a technique, called apometry, that they claim makes possible the transportation of a part of the patient's body to the astral world where it is treated by disincarnate doctors who do past life regressions; and (2) although a conventional Spiritist disobsession is performed, the healers invoke rival Afro-Brazilian spirits who often are shown to have caused the patient's symptoms. Building on the work of Csordas (1983), I hypothesize that the discourse employed by the healers moves the patient to a new reality or phenomenological world in which s/he is healed "not in the sense of being restored to the state in which s/he existed prior to the onset of illness, but in the sense of being rhetorically 'moved' into a state dissimilar from both pre-illness and illness reality...(Csordas 1983:346)." The new state, in this case, is the world of Spiritism. Unlike the Catholic Pentecostals Csordas studied who already were members of a primary group of believers, however, the patients treated by the Brazilian healers are mostly unaffiliated individuals who face the increasing uncertainty and insecurity of life in disorganized, anomic, urban Brazil. By encompassing modern science on the one hand, and aspects of the Afro-Brazilian traditions on the other, this healing group appeals to the often distraught white middle and lower-middle classes, providing them with therapeutic meaning that in many cases leads to healing, conversion, and the sense of security and safety that often accompanies identifying with and belonging to a religious group.

Experiência de doença e narrativa

“…Nesse quadro, a doença constitui, antes de tudo, sinal de fraqueza moral ainda a corrigir (o que configura uma situação de vulnerabilidade) e, em alguns casos, resultado da interferên-cia de espíritos menos desenvolvidos que encontram pouso fácil no corpo dos que se encontram mais vulneráveis. São espíritos obsessores que provocam a doença, porque de fato ignoram a maneira correta de agir (Greenfield, 1992;Droogers, 1989;Warren, 1984).…”

Saúde e Doença: um olhar antropológico

“…No espiritismo, boa parte das enfermidades é fruto da ação de espíritos obsessores, entidades menos desenvolvidas que provocam a doença porque de fato ignoram a maneira correta de agir (Greenfield, 1992;Droogers, 1989;Warren, 1984). No ritual espírita, as entidades causadoras da doença são tratadas com gentileza, como se fossem crianças que precisam ser ensinadas a se comportar de maneira apropriada e motivadas a substituir a ação destrutiva, causadora da doença, por uma ação construtiva e benéfica.…”

Religião e cura: algumas reflexões sobre a experiência religiosa das classes populares urbanas

“…A ideologia de caridade que é central ao espiritismo permeia, tanto sua proposta específica de prática social (voltada para programas assistenciais, de educação e distribuição de alimentos aos pobres, por exemplo), como sua proposta de cura via educação ou persuasão das entidades causadoras do mal (Warren, 1984;Greenfield, 1992). No centro espírita que freqüentou Benedita, os espíritos que provocam a doença são tratados com gentileza como se fossem crianças que precisam ser ensinadas a se comportar de maneira apropriada e motivadas a substituir a ação destrutiva, causadora da doença, por uma ação construtiva e benéfica.…”

“…A doutrina espírita elabora a oposição entre bem e mal, segundo um viés evolucionista -no quadro de uma linha contínua de evolução, o mal corresponde aos níveis inferiores de existência. É através de um processo de desenvolvimento pessoal que o fiel ganha acesso a poder sagrado (Warren, 1984;Droogers, 1989;Greenfield, 1992). No candomblé, bem e mal são realidades situacionais e, portanto, relativas.…”

“…O estudo da religiosidade das classes populares urbanas tem apontado para o papel central dos cultos religiosos, enquanto agências terapêuticas (Monteiro, 1977;Montero, 1985;Greenfield, 1992). Em bairros populares de Salvador, a pluralidade de cultos que oferecem serviços de cura salta aos olhos, levantando a importante questão de se compreender como os indivíduos se utilizam de tais serviços para lidar com a experiência da aflição.…”