A colpopexia sacral é um procedimento cirúrgico realizado para tratar o prolapso uterino e outras condições relacionadas. Durante esse procedimento, o útero ou a cúpula vaginal é fixado ao ligamento sacral promontório. A técnica laparoscópica é frequentemente preferida por ser menos invasiva e oferecer uma recuperação mais rápida em comparação com técnicas cirúrgicas tradicionais. Durante a intervenção cirúrgica (convencional ou laparoscópica), a disseminação de bactérias para os tecidos da coluna vertebral é possível, assim como lesões teciduais que facilitam a entrada de agentes infecciosos. Além disso, a imunossupressão pós-cirúrgica e a implantação de dispositivos médicos podem aumentar o risco de infecção bacteriana. Nesse contexto, a cirurgia de colpopexia sacral pode resultar na inflamação ou infecção dos discos intervertebrais da coluna vertebral. Tal complicação é denominada espondilodiscite. O tratamento da espondilodiscite após colpopexia sacral pode ser desafiador, pois os pacientes já podem estar se recuperando de uma intervenção cirúrgica significativa. Nesse sentido, o manejo conservador é uma opção que envolve abordagens não cirúrgicas, como terapia antimicrobiana, uso de órteses, repouso, fisioterapia e acompanhamento médico regular. Em casos mais graves ou persistentes, pode ser necessária intervenção cirúrgica para drenagem de abscessos ou estabilização da coluna vertebral. Neste trabalho, será apresentado um relato de caso de espondilodiscite em uma paciente submetida a colpopexia sacral laparoscópica que foi tratada com sucesso através de uma abordagem conservadora. Destacamos os desafios diagnósticos e terapêuticos enfrentados durante o manejo dessa condição, além de revisar a literatura existente sobre o tema.