“…A comparação intragrupal e intergrupal, a partir dos diferentes marcadores, contribui para a discussão de hipóteses sobre atividades físicas desenvolvidas pelos grupos de sambaquis e as conseqüências de seu estilo de vida (Rodrigues-Carvalho e Souza 2005). Muito embora não representem propriamente doenças ou sinais patológicos, relacionam-se com posturas prolongadas, atividades e gestos repetitivos e sobrecargas contínuas, principalmente sobre a coluna e membros, e podem indicar além do uso do corpo, condições incapacitantes, perda funcional, sofrimento e compaixão que apóia e permite a vida seguir, contribuindo com interessantes discussões até mesmo sobre dimensões sociais dos grupos do passado (Kennedy 1989, Capasso, Kennedy e Wilczac 1990 Para os grupos de sambaquis, um trabalho pioneiro foi o de Neves (1982) O estudo semelhante de outros sítios costeiros (Lessa , 2010, além de comparar sambaquis com e sem cerâmica, de modo a testar hipóteses de mudanças de comportamento advindas da possibilidade de contato, de mudanças culturais e econômicas. Estudando o sitio Tapera, em Santa Catarina, confirmaram que ali a freqüência de lesões traumáticas violentas, como as fraturas de crânio, de antebraço (Parry), e a presença de pontas de projéteis nos esqueletos, era maior do que em séries de sambaquis.…”