O chumbinho é um agrotóxico sólido granular de coloração que varia entre o cinza-escuro e o grafite, proibido desde 2012 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde demonstraram, entre os anos de 2016 a 2018, que a intoxicação por chumbinho é considerada uma importante causa de mortalidade no Estado da Bahia, com frequência de relatos em suicídios e homicídios, devido ao fácil acesso, baixo custo e eficácia, ocasionando um grave problema de saúde pública. O trabalho pretende relatar a frequência de uso do chumbinho em crimes por meio dos laudos emitidos pelo Laboratório Central de Polícia Técnica da Bahia. Foi realizado um estudo descritivo no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2018, com base nos laudos concluídos, cadastrados no Sistema Integrado de Administração de Perícias e positivos para agrotóxicos adicionados em alimentos e bebidas. O trabalho foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia, aprovado conforme Parecer n.º 4.428.002. Foram analisados 148 laudos correspondentes a suspeitas de intoxicação decorrente de substâncias nocivas em geral. O organofosforado Terbufós registrou a maior frequência nos laudos (n=28; 40%), seguido dos carbamatos: carbofurano (n=21; 30%), com registro cancelado no país; aldicarbe (n=8; 11,43%) e metomil (n=3; 4,29%). A alta incidência de intoxicação grave sugere estratégias preventivas em relação à utilização desses agrotóxicos, objetivando restringir o acesso indiscriminado a esses potentes agentes tóxicos.