“…Pacientes infectados por esse nematódeo correm o risco de desenvolver úlceras gastrointestinais devido à própria ação do sistema imunológico quando está atuando no combate contra o helminto, uma vez que, durante a ação das interleucinas para destruir o parasita, a IL5, que atua na diferenciação e maturação dos eosinófilos, e estes, por apresentarem em sua composição granulações tóxicas favoráveis para destruir o parasita, também acabam se tornando prejudiciais para as microvilosidades intestinais, acarretando a formação de poros e facilitando a entrada de outras substâncias tóxicas, e, consequentemente, causando degeneração no epitélio gastrointestinal com a formação de úlceras. (29) A hiperinfecção por S. stercoralis também é considerada fatal quando diagnosticada em pacientes que apresentam mieloma múltiplo, uma neoplasia maligna que resulta da proliferação monoclonal e difusa de células plasmáticas na medula óssea, representando cerca de 10% das neoplasias malignas hematogênicas. Pacientes diagnosticados com esse tipo de neoplasia apresentam como conduta terapêutica protocolos utilizando quimioterápicos e radioterapia em conjunto; nesse caso, quando indivíduos que se encontram em áreas consideradas endêmicas para o Strongyloides apresentarem esse tipo de anormalidade imunológica intrínseca terão uma maior probabilidade para o desenvolvimento da hiperinfecção e disseminação da estrongiloidíase pelo fato de esses fatores (mieloma múltiplo e quimioterapia) causarem diminuição na atividade do sistema imunológico, favorecendo a síndrome de hiperinfecção.…”