Introdução: Estudos apontam a influência das interações sociais no consumo de substâncias psicoativas entre estudantes universitários. Objetivo: O objetivo geral do presente estudo foi analisar a influência dessas interações no contexto brasileiro, com objetivos específicos de explorar percepções, motivações dos estudantes e efeitos no bem-estar psicológico. Metodologia: uma abordagem qualitativa envolveu 18 participantes recrutados por e-mail e redes sociais. Os dados foram coletados por meio de um questionário on-line sobre informações sociodemográficas, frequência de uso, motivações, influências sociais e consequências do consumo. Resultados: Os achados evidenciaram a interseccionalidade de fatores sociodemográficos, como raça, gênero e estrato socioeconômico, que influenciam o consumo de substâncias psicoativas. A cultura social projetou positivamente o uso dessas substâncias, enquanto a pressão para integração em grupos sociais desempenhou um papel de destaque. No contexto do álcool, foram identificadas motivações subjacentes, incluindo busca por sensações, desinibição e alívio da ansiedade. No caso dos cigarros eletrônicos, várias perspectivas foram observadas, abrangendo influências positivas e estigma social. Quanto ao uso de narguilé, as motivações envolveram atividades de lazer, relaxamento e participação em eventos sociais mais restritos. Todas as substâncias foram apontadas como recursos para enfrentar situações adversas decorrentes de uma vida acadêmica estressante, com as interações sociais desempenhando um papel crucial. Conclusão: Os resultados ressaltaram a complexidade das influências sociais no consumo de substâncias entre estudantes universitários, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de ações e políticas eficazes para promover a saúde e o bem-estar desta população.