“…Por sua vez, o isolamento forçado do mundo externo, compartilhado por pessoas sofrendo das mesmas agruras, compartilhando, dia após dia, todas as horas de sua existência num espaço reduzido, longe de suas famílias, podendo contar apenas uns com os outros, defendendo-se dos preconceitos do grupo dirigente da unidade, acaba por facilitar a organização de um microcosmo, de uma subcultura apartada da geral. Nela, impera o "nós" contra "eles", capaz, a seu turno, de produzir unidade dentro da dessemelhança, reforçar solidariedades e gerir conflitos, por vezes, com algum tipo de hierarquização (Foucault, 2009;Scott, 2000;Dias, 2013;Guimarães et al, 2006).…”