Células e proteínas do contingente aquoso do sistema nervoso central (SNC) interatuam entre si e, do ponto de vista cibernético, essa interatuação é de tipo dual 9 . Assim sendo, um determinado fenômeno que ocorra nesse contingente aquoso, ou então que nele se reflita, pode ser sinalizado pelo dual citoproteico. A sinalização decorre segundo modelos e estes obedecem a determinados parâmetros. Embora, em sua essência, tais parâmetros obedeçam aos mesmos princípios gerais de imunologia celular e humoral válidos para todos os compartimentos do organismo humano, eles apresentam peculiaridades. Essas peculiaridades, no que tange ao sistema nervoso, representam um dos aspectos principais do conceito da neuroimunologia.Por outro lado, essas peculiaridades são em grande parte resultado da atuação dinâmica da barreira hêmato¬ -encefálica (BHE) -tal como ocorre quanto às peculiaridades imunológicas próprias observadas em outros órgãos ou sistemas também protegidos por barreiras 13,14. O compartimento aquoso do SNC abrange o líquido extracelular cerebral (LEC). Deste faz parte o líquido cefalorraqueano (LCR). No homem, o estudo do LCR representa o meio mais prático para estudar o LEC e, portanto, sinalizações que nele ocorram 7,10 . Do ponto de vista de processos inflamatórios do SNC, a sinalização permite considerar diversos tipos de modelos neuroimunológicos. Estes podem ser considerados segundo três grandes grupos: o agudo, o crônico e o intermediário. Cada um deles pode apresentar subtipos.É o caso do modelo crônico: ele apresenta pelo menos dois subtipos, o modelo crônico de comportamento contínuo e aquele de comportamento repetitivo. São modelos agudos aqueles tipo bactéria e tipo vírus.No primeiro, o dano funcional da BHE é intenso e permite que a resposta imunológica geral suplante a resposta imunológica local. Esta última perde sua expressão.No modelo agudo tipo vírus não ocorre o mesmo, pois o dano da BHE é pequeno.O dano da BHE nos modelos intermediários varia em intensidade conforme a patologia considerada. Já nos modelos crônicos, o comprometimento funcional da BHE é mínimo e isto permite estudar mais adequadamente os fenômenos neuroimunológicos e, portanto, Parte desta pesquisa foi conduzida mediante recursos do convênio FINEP/CIN 4383070700.