A utilização de sistemas de manejo de produção com a implantação de culturas sobre a palha proporciona muitos benefícios, incluindo a proteção contra a erosão dos solos, elevação no teor de carbono orgânico, aumento da população microbiana, conservação da umidade do solo e inibição da emergência de algumas plantas daninhas. Considerando essas alterações, os herbicidas utilizados em pré-emergência nos sistemas com palha são interceptados antes de alcançarem o solo e quando lixiviados da palha podem apresentar diferenças na sua dinâmica no solo. É importante considerar a dinâmica dos herbicidas tanto na palha quanto no solo, levando em consideração a origem, quantidade e distribuição da palha, bem como, as características físico-químicas dos herbicidas e a intensidade e o período sem chuva após a aplicação do herbicida. Todos estes fatores determinam a quantidade do herbicida interceptado pela palha e o seu comportamento no solo. Diante disso, o objetivo desta revisão é a compreensão da dinâmica de herbicidas aplicados em pré-emergência na palha e no solo em sistemas de plantio direto, cana crua e cultivo mínimo. A manutenção de palha sobre o solo pode tanto interceptar quanto reter os herbicidas aplicados em pré-emergência, diminuindo a sua transposição da camada de palha e acarretando redução no controle das plantas daninhas. Quanto maior o intervalo entre a aplicação e a ocorrência de chuva ou irrigação menor será a quantidade de herbicida lixiviada para o solo. Portanto, em cultivos com a cobertura do solo com palha deve-se utilizar preferencialmente os herbicidas que serão menos vulneráveis as perdas por volatilização e fotodecomposição, ou seja, aos herbicidas com maior solubilidade e baixa pressão de vapor e coeficiente de partição octanol-água.