A mastite bovina, uma das principais doenças do rebanho leiteiro, caracteriza-se por um processo inflamatório no úbere. A inviabilidade econômica, o impacto ambiental negativo e os resíduos antimicrobianos têm estimulado a pesquisa de outros tratamentos alternativos para a prevenção e o tratamento de doenças na bovinocultura leiteira. O betaglucano é um agente imunomodulador com potencial ação preventiva para doenças infecciosas, inclusive a mastite. Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia do uso do betaglucano, por meio de administração oral, em animais em lactação. Foram utilizadas 20 vacas lactantes, distribuídas em dois grupos, um controle e um tratamento, com 10 animais em cada grupo. O grupo tratamento recebeu 5g/dia, durante 60 dias, de 1,3-1,6 betaglucano isolado da parede celular de Saccharomyces cerevisiae diluído em ração após a ordenha, enquanto o grupo controle recebia somente a ração. Foram realizados os testes de California Mastitis Test (CMT), contagem de células somáticas (CCS), produção de leite e percentual de gordura e proteína no leite. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos quanto à CCS, ao CMT, à composição do leite ou produção. Não se observou, portanto, eficácia do uso do betaglucano purificado, administrado por via oral, no controle e na prevenção da mastite em vacas leiteiras, quando comparadas com o grupo controle. Atribuem-se esses resultados, principalmente, à degradação ruminal do produto testado. Sugerem-se, portanto, mais pesquisas utilizando o 1,3-1,6 betaglucano purificado de parede de S. cerevisiae por outras vias de administração, tais como intramamária e subcutânea.