Introdução: A doença renal, como condição crônica não transmissível, tem impacto significativo na rotina, na autonomia, no aspecto social e na saúde psíquica de seus portadores. Diante do exposto, durante o processo de tratamento, é muito comum o uso de enfrentamento religioso como uma das habilidades de enfrentamento do problema. Assim, esse estudo tem como objetivo analisar o uso da espiritualidade e da religiosidade como recursos de enfrentamento de problemas e seu impacto em processos de adesão ao tratamento em hemodiálise. Método: Consistiu em uma pesquisa de natureza quantitativa, que para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: Escala de Avaliação dos Modos de Enfrentamento e Escala de Avaliação da Espiritualidade. Foi realizada pesquisa em prontuário eletrônico para o levantamento do perfil socioeconômico dos participantes e para a verificação da assiduidade nas sessões de hemodiálise. Por fim, realizou-se uma entrevista com a equipe de saúde, no intuito de verificar a percepção dos profissionais ao que se refere à adesão e ao autocuidado dos pacientes durante o curso do tratamento. Trinta pacientes foram selecionados e submetidos aos instrumentos supracitados. O estudo ocorreu na unidade de diálise do Hospital Regional de Sobradinho – DF. Resultados: Os dados sugerem que a maioria dos participantes é do sexo masculino ( n= 17 , 57%), com renda familiar entre um e dois salários mínimos ( n= 20, 67%), alfabetizados ( n= 16,53%), católicos ( n= 15, 51%) e em hemodiálise de um a dois anos ( n= 16, 54%). Notou-se que o enfrentamento religioso, a crença religiosa e o otimismo espiritual foram categorias utilizadas de forma recorrente pela maioria dos pacientes, independente da qualidade do padrão de adesão. Conclusões: Infere-se que a espiritualidade e o enfrentamento religioso são recursos de organização da saúde psíquica, podendo ser considerados como facilitadores no processo de adaptação ao adoecer.