A educação remota emergencial tornou-se a principal alternativa para manter o processo de ensino e aprendizagem ativo com o isolamento social ocorrido como consequência da pandemia da COVID-19. Apesar de muitas instituições de ensino superior terem pouca ou nenhuma experiência com esta modalidade de ensino, elas tiveram que adequar suas metodologias rapidamente e adotar ferramentas que permitissem a comunicação síncrona e assíncrona entre professores e estudantes, a disponibilização de material didático e a realização de atividades didáticas. A acessibilidade digital torna-se imprescindível neste contexto, para permitir que todos os estudantes, incluindo estudantes com deficiência, tenham acesso ao aprendizado de forma igualitária. O objetivo deste artigo é apresentar um diagnóstico sobre as tecnologias e outros recursos disponíveis nas instituições de ensino superior federais e estaduais brasileiras para dar suporte ao ensino remoto emergencial durante a pandemia da COVID-19, com foco no provimento de acessibilidade digital. A metodologia utilizada foi a solicitação de informações por meio da Lei de Acesso à Informação a 142 instituições, com análise dos dados de 97 respostas completas ou parciais. Os resultados mostraram que a maioria das instituições possui dados sobre estudantes de graduação com deficiência e muitas utilizam ferramentas de software e recursos acessíveis, com número menor de instituições que mantém registro sobre alunos de pós-graduação com deficiência. A maioria das instituições que respondeu aos pedidos utiliza abordagens de ensino remoto durante o período da pandemia. Os resultados detalham a capacidade instalada nas instituições para suporte à acessibilidade digital para os alunos nesse contexto, como a preparação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, acessibilidade de conteúdos multimídia, profissionais especializados (como tradutores-intérpretes de língua de sinais), acessibilidade de livros digitais e recursos de Tecnologia Assistiva. O estudo conclui que um grande avanço já foi realizado nas instituições de ensino superior públicas no Brasil para melhorar a acessibilidade. Entretanto, muitas instituições precisarão adequar-se para dar prosseguimento ao uso de recursos educacionais digitais que devem ter crescimento após a experiência com ensino remoto na pandemia e prover acessibilidade adequada.