RESUMORelata-se o primeiro caso no Brasil de doença do disco intervertebral (Hansen tipo I) entre as vértebras caudais (coccígeas) em uma cadela Basset Hound com seis anos de idade, castrada, pesando 16kg e com histórico de dor durante defecação e manipulação da região pélvica associada à inabilidade de mover, elevar ou abanar a cauda. Na radiografia simples, observou-se opacidade do forame intervertebral entre a quarta e a quinta vértebra caudal. O animal foi submetido à laminectomia dorsal modificada, seguida de fenestração do disco intervertebral afetado. Decorridos 15 dias da cirurgia, a paciente não demonstrava sinais de dor ao defecar e realizava movimentos de abano de cauda, mas ainda com desconforto na palpação e sem elevação da cauda acima da coluna vertebral, o que foi resolvido após 30 dias do procedimento cirúrgico. A relevância do caso está na inclusão, mesmo que rara, da doença do disco intervertebral caudal no diagnóstico diferencial em cães com dor durante a defecação e manipulação da cauda, sendo o exame radiográfico uma ferramenta auxiliar importante para o diagnóstico definitivo e o plano terapêutico. Grandy, 2004;Brisson, 2010) e têm como característica a metaplasia condroide do anulo fibroso do disco associada à calcificação do núcleo pulposo (Brisson, 2010). Podem ocorrer de forma aguda, e a gravidade da lesão depende de vários fatores, como a velocidade com que a força compressiva é aplicada, o volume da massa compressiva e a duração da compressão (Lecouteur e Grandy, 2004).