A pancreatite crônica (PC) se configura como uma condição desafiadora do pâncreas, caracterizada por uma inflamação persistente associada a diversas causas, como o consumo excessivo de álcool e distúrbios metabólicos, como a hipertrigliceridemia. Essa enfermidade acarreta alterações irreversíveis na estrutura e função pancreáticas devido a processos inflamatórios recorrentes, resultando em fibrose e perda progressiva de função. Os sintomas abrangem dor abdominal persistente, má absorção de nutrientes, perda de peso e diabetes, tornando o diagnóstico uma combinação crucial de critérios clínicos, exames laboratoriais e de imagem, como a tomografia computadorizada abdominal. As estratégias terapêuticas buscam aliviar a dor, melhorar a função pancreática e prevenir complicações. Modificações no estilo de vida, controle do consumo de álcool, uso de enzimas pancreáticas e, em casos específicos, intervenções cirúrgicas compõem o leque de opções terapêuticas. No âmbito cirúrgico, as indicações para procedimentos muitas vezes se relacionam com complicações estruturais do pâncreas. A obstrução do ducto pancreático, a formação de pseudocistos ou a suspeita de neoplasia são situações que podem demandar intervenção cirúrgica. A escolha entre diferentes modalidades cirúrgicas varia de acordo com a gravidade e a natureza específica da condição do paciente. A ressecção pancreática, embora eficaz em casos selecionados, apresenta desafios consideráveis devido à complexidade anatômica e à função vital do pâncreas. Além disso, é essencial considerar os potenciais riscos e benefícios, levando em conta as condições gerais de saúde do paciente. Por fim, a PC é uma realidade complexa, demandando uma abordagem integrada para um diagnóstico precoce e tratamento eficaz. A ênfase na melhoria da qualidade de vida e na prevenção de complicações graves destaca-se como um elemento central na gestão dessa condição desafiadora.