A pandemia do COVID-19 gerou sobrecarga dos serviços público de saúde tornando-se uma barreira para administração de terapias anticâncer. A reestruturação dos serviços de saúde e a vulnerabilidade dos pacientes oncológicos contribuíram para a interrupção do tratamento anticâncer. Assim, o objetivo foi descrever o perfil sociodemográfico, clínico e principais desfechos dos pacientes adultos e idosos com câncer internados em um hospital universitário (HU), submetidos à intervenção da Fisioterapia, considerando período prévio e atual à pandemia. Estudo exploratório e retrospectivo envolvendo 71 pacientes oncológicos internados no HU nos anos de 2019 e 2020. Os dados epidemiológicos foram coletados por meio de prontuários eletrônicos. Os critérios de elegibilidade foram registro do CID primário relacionado a neoplasia e faixa etária (≥ 30 e ≥ 60 anos). A análise estatística considerou as variáveis confundidoras: idade, sexo, local onde reside, tipo de neoplasia, desfecho clínico (alta ou óbito), condutas de fisioterapia (oxigenioterapia, ventilação mecânica invasiva e não invasiva) tempo de internação. Os resultados demonstram que o sexo não foi uma variável determinante para internação. Maior incidência de internação foram observados em idosos, afrodescendentes, pacientes com câncer de cólon e reto, pulmão e, em igual percentual, cânceres de mama, estômago e orofaringe. Os pacientes que necessitaram de acompanhamento fisioterapêutico e de oxigenoterapia evoluíram o desfecho óbito, independente do tipo de intervenção (suporte ventilatório mecânico invasivo ou não invasivo). Houve diferença entre a quantidade de admissões e desfechos alta e óbito no ano de 2020 quando comparado com 2019.