RESUMO -O presente trabalho é dedicado a avaliação do craqueamento do óleo de soja na presença das zeólitas comerciais ZSM-5 e NaY. Os catalisadores foram calcinados (500ºC por 6h), peneirados (mesh de 0,417 -0589), peletizados e caracterizados por Difração de Raios-X (DRX), análise textural e RMN de 27 Al e 29 Si. Os testes de craqueamento foram realizados em temperatura moderada num reator tubular com fluxo de nitrogênio e hidrogênio a 42 mL/min. Os produtos foram avaliados a partir de cromatografia por espectro de massa e a gás, constatando que nas condições avaliadas os catalisadores utilizados promoveram maior formação de fração gasosa e a fração líquida obtida apresentou seletividade na faixa de gasolina, querosene e óleo diesel.
INTRODUÇÃOA demanda por questões ambientais e o preço do petróleo abriu caminho para uma extensa área de pesquisa na produção de biocombustíveis a partir de óleos vegetais. Dentre os métodos desenvolvidos pode-se citar a transesterificação e o craqueamento termocatalítico a elevadas temperaturas, que produz combustível semelhante a frações de petróleo (hidrocarbonetos gasosos, gasolina, querosene e diesel).Apesar da incorporação de óleos vegetais transesterificados com metanol ou etanol ser uma realidade no Brasil, tal tecnologia apresenta alguns problemas ainda não solucionados. Desta forma, o craqueamento catalítico de óleos vegetais é uma alternativa que deve ser considerada, pois são produzidos hidrocarbonetos da faixa do diesel de petróleo, com a vantagem de não modificar o funcionamento do motor e não ser de origem fóssil. Frações mais leves por ventura produzidas poderão ser incorporadas em outros combustíveis como gasolina e gás liquefeito do petróleo (GLP).A tecnologia de craqueamento catalítico de frações de petróleo, como a nafta pesada, está plenamente desenvolvida (Corma et al., 2013), sendo uma das principais plantas em uma refinaria. O catalisador utilizado é uma mistura de vários componentes, sendo a zeólita NaY seu principal constituinte, cuja formulação varia em função das características da nafta a ser craqueada. Dentre todas as zeólitas já sintetizadas, a zeólita Y é a mais utilizada industrialmente, apresentando razões de silício e alumínio superior a 1,5, muito utilizada em sua forma ácida. Em reações tradicionais de craqueamento, a zeólita Y apresenta maior área