A sífilis consiste em uma doença sexualmente transmissível curável e exclusiva do ser humano, a qual é causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum e possui um amplo espectro clínico de apresentação na dependência da população acometida e do estágio da doença. No que diz respeito a sua transmissão, sabe-se que a sífilis pode ser transmitida por via sexual desprotegida, por via sanguínea, ou ainda por via transplacentária. A patogênese ainda carece de esclarecimentos, contudo sabe-se que está relacionada à penetração do microrganismo através da membrana mucosa, o qual invade os vasos linfáticos e a corrente sanguínea, levando à infecção sistêmica. O tempo de incubação entre a exposição e o desenvolvimento de lesões primárias é de 3 semanas, podendo variar de 10 a 90 dias. Existem duas classificações para as formas clínicas da sífilis adquirida: pelo tempo de infecção (sífilis precoce ou sífilis tardia) ou pelas suas manifestações clínicas (sífilis primária, sífilis secundária, sífilis latente, sífilis terciária ou sífilis congênita). No que tange ao diagnóstico, este é, frequentemente, baseado nos testes sorológicos, os quais são considerados como métodos de escolha. São necessários dois testes positivos: um teste treponêmico (TT) e um teste não treponêmico (TNT) para confirmação diagnóstica. Caso o resultado for incongruente, recomenda-se a realização de um outro TT diferente do primeiro utilizado. Os exames laboratoriais estão indicados apenas para pacientes com critérios de internação, acompanhamento terapêutico e manejo de comorbidades. O manejo terapêutico é imprescindível, a fim de evitar evolução do quadro e piora substancial na qualidade de vida do portador(a). O tratamento de escolha é a Penicilina Benzatina, por via intramuscular. Todavia, a depender da população alvo (adultos, gestantes ou neonatos), o manejo tem suas particularidades. A internação hospitalar está indicada nos quadros graves, especialmente na sífilis terciária com neurossífilis ou sífilis cardíaca. Por fim, o seguimento ambulatorial é recomendado para todos os pacientes com a titulação do VDRL.