Ainda na atualidade, constata-se a carência brasileira de políticas educacionais que garantam subsídios e a infraestrutura necessária para que o alunado das redes públicas possam receber uma educação linguística consistente, interessante e mais bem aproveitável educacionalmente. Como educadora da rede municipal de São Paulo, desejosa de realizar meu trabalho da melhor forma com as condições de que disponho, ao deparar-me com essa realidade, que se torna ainda mais perversa em bairros afastados do centro da cidade, como é o caso da comunidade em que me insiroa Cidade Tiradentes, precisei encontrar formas de agir no chão da escola imediatamente. Considerei que para merecer a confiança e o interesse daquelas crianças e adolescentes, tal ação deveria ser co-construída, devendo, portanto, ser pautada em constante escuta, observação, tomada do conhecimento de cada um deles como ponto de partida para as interações e exposições de propostas pedagógicas. Além disso, essa indústria requereria anotação, experimentação, planejamento, avaliação, reflexão, replanejamento e retomada ao início do ciclo tanta e quantas vezes fossem necessárias. Denomino esse ato Pedagogia Emergencial, que por seu turno, nasce da interação com os alunos em sala de aula, mas ao mesmo tempo trata-se de uma transposição para nossa prática cotidiana, de conceitos teóricos acerca de letramento crítico (LUKE e FREEBODY, 1997;