Esta obra analisa a criação teatral contemporânea das mulheres e questiona a caracterização dessa produção a partir do recorte de gênero feminino. A partir dos termos teatro feminino, teatro da mulher e teatro feminista, Lúcia Romano aponta as implicações deles na crítica e na prática teatrais, na cena nacional e internacional, e a necessidade de revisão dessa terminologia. A autora ressalta a atual multiplicidade de estratégias e poéticas particulares do teatro feito por mulheres, em especial, nas atuações de algumas performers, das atrizes criadoras integrantes do OdinTeatret e da rede internacional Magdalena Project. Observa ainda o progresso do teatro feminista internacional, nas criações dos teatros lésbico, feminista negro e multicultural. Para iluminar o complexo cruzamento entre corporeidade, processos criativos e subjetivação, a autora propõe a constituição de imagens encarnadas, em que a consciência de gênero gera corporeidades específicas na cena, e a análise do corpo sexuado, no processo de comunicação teatral. Por fim, projeta um teatro do andrógino, afeito à subversão de concepções binárias e capaz de encorpar a instabilidade das performances de gênero.