Em 29 de outubro de 1985, deu-se início a ocupação da Fazenda Annoni, na região norte do Rio Grande do Sul, que mobilizou 1.500 famílias, tornando-se assim um destaque na história da luta pela terra e pela Reforma Agrária, tanto pelo número de famílias envolvidas, como por ter sido o mais longo conflito vivenciado naquele período, estabelecendo as bases para a consolidação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra -MST. Desde a ocupação, acampamento, assentamento provisório ao definitivo foram cerca de oito anos, marcados pela espera, organização e luta, circunstâncias estas que viabilizaram o exercício de muitas experiências nesse âmbito (BONAVIGO e BAVARESCO, 2008).A partir da formação do assentamento, este representou um novo momento para as famílias, significando a conquista da terra e dando início a uma nova etapa da luta. Tratava-se de resistir e permanecer na terra, a partir da estruturação da produção agrícola, por meio da cooperação (mutirões, associações, cooperativas) e de lançar as bases para o surgimento de uma nova comunidade. Ao final, foram desapropriados aproximadamente 9 mil hectares e 420 famílias foram assentadas