Com a finalidade de promover uma melhor compreensão, através da meniscectomia, seguida ou não de enxerto de cartilagem auricular autógena, das possíveis alterações nas superfícies articulares da articulação temporomandibular (ATM), que fazem desse procedimento um assunto ainda controverso, uma vez que o tempo de pós-operatório possa se constituir em um fator decisivo nas interpretações. Utilizaram-se 60 animais (♂) distribuídos nos grupos (n20 cada): GI, meniscectomia; GII, meniscectomia e enxerto; GIII, somente o acesso cirúrgico. Os antímeros direitos foram os controles do lado operado. Os grupos originaram os subgrupos conforme o período pós-operatório (10 e 30 dias) e lado (GIe, GId; GIIe, GIId; GIIIe, GIIId). As ATMs foram submetidas às técnicas de histologia (Azo-carmin, Picro-Sírius, Verhöeff e Safranina O) (n18) e de MEV (n12). Para a marcação das células em mitose, utilizou-se o método do BrdU (n30). A quantificação foi realizada em 5 cortes de cada subgrupo, sendo que em cada corte, foram contados 3 campos na cartilagem articular da cabeça da mandíbula (Cm) (Tukey, p<0.05). Nos animais GIII e nos subgrupos GId e GIId, a Cm e a superfície articular da fossa mandibular (Fm) exibiram características normais, com predomínio de fibras colágenas do tipo I. A Cm, estava organizada em camadas e ambas com aspecto liso e homogêneo, destacando-se feixes de fibrilas paralelos entre si e com orientação ânteroposterior. O osso subcondral apresentou aparência normal com cistos subcondrais de diferentes tamanhos. A Cm e a Fm nos animais GIe (10, 30 dias) estavam completamente desorganizadas, com o predomínio de fibras colágenas dos tipos I e III, visíveis grupos celulares na matriz cartilgínea e cistos subcondrais relativamente amplos. Nos espécimes GIIe (10 e 30 dias), o enxerto foi reabsorvido na região média. Erosão da Cm e a visível presença de grupos celulares, na matriz cartilagínea tanto da Cm, como da Fm. Predomínio de fibras colágenas do tipo I. Naqueles pontos onde parte do enxerto se manteve, as superfícies articulares apresentaram um nível razoável de organização estrutural e cistos subcondrais não tão amplos. Tanto a superfície superior como a inferior dos cotos do enxerto, estavam revestidas por membrana sinovial. Estatisticamente, destacamos a diferença significativa entre os subgrupos: GIe, GIIe com o GIIIe (10 dias), GId, GIId com o GIIId (30 dias) e GIe, GIIe com o GIIIe (30 dias).Deste modo, pode-se afirmar que a interposição ou não de um enxerto promove danos as estruturas constituintes da ATM, que são vitais para o seu equilíbrio funcional.