Tensões e direções das internacionalizações no Brasil: Entre competição e solidariedade

Abstract

O artigo discute algumas questões relacionadas às tensões percebidas entre as forças/tendências de competição e solidariedade na internacionalização do ensino superior no Brasil. Para tanto, o artigo revisa dois dos maiores programas brasileiros de mobilidade acadêmica internacional como evidências de políticas de internacionalização do ensino superior: o programa de mobilidade acadêmica para o exterior - Ciências sem Fronteiras (CsF) - e o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) - de mobilidade acadêmica para o Brasil. Esses dois programas são analisados em relação às pistas e/ou evidências das vertentes competitiva (no caso do CsF) e solidária (no caso do PEC-G). De maneira geral o estudo conclui que a balança da internacionalização no Brasil ainda está pendendo mais para a competição do que para a solidariedade.

Towards More Cooperative/Inclusive Internationalization: Insights from a South/North Virtual Mobility Project

“…So, even though State-funded public universities are not part of the higher education market, they can be moved by the same competitive logic regarding internationalization. Indeed, the analysis of Brazil's two most important academic mobility programs in Finardi, Silva and Mendes (2022) shows that national programs and funds are still very much dictated by competition rather than cooperation logic present in the process of internationalization of higher education.…”

“…So, although internationalization is a rather complex process for which there can be several intertwined rationales, foci and approaches (Knight, 2004(Knight, , 2015De Wit, 2011), the economic aspect and its importance for the quality of higher education institutions (HEI) have been highly predominant (De Wit, 2011). Even among non-profit public HEI, it seems that internationalization has been focused mainly on competitiveness rather than cooperation, and for that, it has been heavily criticized (e.g., De Wit, 2020, Finardi, Mendes, & Silva, 2022).…”

“…So, the authors urge to transform the whole system into what they call an alternative process of "internationalization otherwise". In this study we are, in a way, interested in the potential of VM to contribute to this "internationalization otherwise" that is more cooperative than competitive (De Wit, 2020;Amorim & Finardi, 2022;Finardi, Mendes, & Silva, 2022).…”

Práticas Locais de Internacionalização

“…Assumir um lugar periférico na hierarquia significa, na prática, aprender com os países vistos como centrais; significa buscar em outro lugar o que não sabemos aqui, ou que é visto como aquilo que nos "falta" (Ferreira, 2019). Por outro lado, essa posição periférica se inverte em relação a outros países: o Brasil tem sido um polo de atração de estudantes e pesquisadores de países africanos (Finardi, 2022).…”

Percepção Crítica Sobre a Internacionalização Da Educação Superior Como Missão Universitária

“…Embora possua filosofias epistemológicas que retomam às origens das instituições educacionais nos diferentes continentes, como o intercâmbio acadêmico, a Internacionalização da Educação Superior vem se fortificando, enquanto movimento nas universidades ao redor do mundo, majoritariamente, após a Segunda Guerra Mundial (Santos & Almeida Filho, 2012;Chagas, 2021;Finardi, Chagas (2021; salienta que a Internacionalização da Educação Superior tem se consolidando como objeto de estudo inter/multi/transdisciplinar aos Estudos Linguísticos e sendo conceituada de diferentes formas. Isso se deve, em certa medida, porque nos movimentos de internacionalização há questões diversas de língua(gem), identidade, interculturalidade e intercompreensão, objetos de estudo característicos dos Estudos Linguísticos.…”