A demanda de produtos oriundos da madeira vem se expandindo, por conta disso, há a necessidade de estudos relacionados à qualidade e aplicação desses materiais. Com isso, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar o teor de extrativos e de celulose da madeira de Ipê submetida ao processo de modificação térmica. Para realização do estudo foram abatidos quatro indivíduos de Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos, com 11 anos de idade. Posteriormente, confeccionaram-se amostras de 2,5 x 2,5 x 41 cm, as quais foram acondicionadas em estufa com circulação de ar forçada, nas temperaturas de 120, 150, 180 e 210 ºC, por um período de 4 h. Em seguida, porções aleatórias dos corpos de prova foram seccionadas e trituradas em moinho de facas, e então, peneiradas na fração de 40/60 mesh, para a realização dos ensaios químicos de teor de extrativos totais e teor de celulose. Os dados foram processados e submetidos ao teste de médias de Tukey, utilizando o software R. Os resultados das propriedades químicas estudadas indicaram variações de acordo com as temperaturas, não apresentando uma tendência de estabilização entre os tratamentos aplicados. Uma relação entre o comportamento dessas propriedades com as demais características tecnológicas dos trabalhos disponíveis na literatura foi observada. De modo geral, são recomendados mais estudos acerca das propriedades químicas da madeira dessa espécie associados a aplicação de altas temperaturas.