Terapia fotodinâmica associada a laser no tratamento endodôntico

Abstract

Introdução: A terapia fotodinâmica associada a laser tem sido estudada e aplicada em diversas especialidades da Odontologia objetivando o uso de técnicas menos invasivas. Objetivo: Este estudo tem como objetivo apresentar aos cirurgiões-dentistas e à sociedade a nova face da Odontologia voltada à utilização da terapia fotodinâmica associada a laser na prática endodôntica, bem como, apresentar os aspectos gerais da laserterapia. Material e Metódos: Trata-se de uma revisão de literatura, caracterizada como descritiva e exploratória. Foram realizadas buscas em livros, artigos científicos, monografias, dissertações e teses, no período de agosto de 2018 a maio de 2019. Esses dados foram obtidos por meio de bases de dados MedLine, PubMed, Scielo, LILACS e BBO. Resultados: Os resultados mostraram que a terapia fotodinâmica associada a laser é efetiva como coadjuvante ao tratamento endodôntico convencional, sendo uma das principais utilizações auxiliar na desinfecção dos canais radiculares, que consiste em utilizar uma fonte de luz com comprimento de onda específico capaz de estimular um agente fotossensível , que resulta em danos oxidativos, causando a morte celular. São observados também estudos do seu desempenho no preparo cavitário, controle da vitalidade pulpar, capeamento pulpar e pulpotomia, limpeza dos condutos radiculares, obturação e adesão dos cimentos endodônticos, retratamento, cirurgias periapicais, redução da dor e reparação pós-operatória. Conclusão: Concluiu-se que a terapia fotodinâmica utilizada como coadjuvante à terapia endodôntica convencional aumenta a previsibilidade de sucesso do tratamento, desde que, o conhecimento sobre os fundamentos e interações com os tecidos biológicos sejam esclarecidos e dominados pelo profissional.

Terapia fotodinâmia como coadjuvante na endodontia: Revisão de literatura

“…Porém, este tratamento, mesmo quando feito dentro das normas, pode vir a ter infecções secundárias ou persistentes, levando ao insucesso (Goettert, 2019;Lacerda et al, 2014;Sousa, 2011;Oliveira, 2016;Poly et al, 2010). Esse insucesso tem como causa principal a dificuldade anatômica e a presença de canais acessórios que não foram instrumentados de forma correta, podendo causar a reinfecção e até mesmo uma resistência bacteriana (Araújo et al, 2013;Eduardo, Silva, Ramalho, Lee, & Aranha, 2015;Goettert, 2019;Silva et al, 2019;Santos et al, 2017;Souza, 2011;Oliveira, 2016;Oliveira et al, 2021). Dessa forma, a falha que ocorre durante o tratamento pode estar ligada à resistência dos microrganismos ao preparo químico e mecânico ou até mesmo à resistência à medicação intracanal, até mesmo devido a reorganização do biofilme dental (Amaral, 2009;Lima et al, 2019;Simões et al, 2018;Oliveira, 2016).…”

“…Por causa das limitações e as evoluções do tratamento endodôntico, vem se popularizando a terapia fotodinâmica como um meio complementar (Amaral, 2009;Lima et al, 2019;Silva et al, 2019;Sicupira & Araújo, 2012). Ela é utilizada com a associação de agentes fotossensibilizantes e laser de baixa potência, tendo o objetivo de intervir em microrganismos resistentes ao método endodôntico tradicional (Alfenas et al, 2011;Correia, 2018;Mangano, Marinho, Proença, & Calil, 2012;Figueirêdo-Junior et al, 2021;Silva et al, 2019;Santos et al, 2017;Souza, 2011;Oliveira et al, 2021). Vale ressaltar que a Terapia Fotodinâmica só terá efeito antimicrobiano se tiver a presença de agentes fotossensibilizadores (Silva et al, 2019).…”

“…O sistema de canais radiculares apresenta microrganismos que podem colonizar estruturas como: túbulos dentinários, canais acessórios, entre outras estruturas, o que causa uma dificuldade na eliminação dos microrganismos durante o processo de instrumentação ou até mesmo pelas substâncias irrigadoras e medicação intracanal (Amaral, 2009;Alfenas et al, 2011;Araújo et al, 2013;Santos et al, 2017;Oliveira et al, 2021). Por isso, durante o tratamento endodôntico tenta-se a máxima desinfecção do sistema de canais radiculares, prevenindo assim, a reinfeção desse sistema, pois mesmo com alto grau de eficiência das substâncias químicas utilizadas, podem ocorrer falhas na limpeza e desinfecção durante o tratamento endodôntico (Alfenas et al, 2011;Fernandes et al, 2018;Schaeffer, 2019;Simões et al 2018).…”

“…endodontalis e a Candida albicans são consideradas as espécies com maior resistência nas infecções endodônticas e encontradas no interior dos canais radiculares, estando relacionados com as causas de insucesso no tratamento endodôntico (Alfenas et al 2011;Araújo et al, 2013;Goettert, 2019;Santos et al, 2017;Simões et al, 2018;Oliveira et al, 2021;Eduardo et al, 2015).…”

“…Os corantes são considerados agentes fotossensibilizadores para a desinfecção dos canais radiculares que serão fotoativados por uma fonte de luz, sendo o azul de metileno e o azul toluidina mais utilizados na terapia fotodinâmica devido a sua absorção de luz ser alta (Amaral, 2009;Araújo et al, 2013;Figueirêdo-Junior et al, 2021;Goettert, 2019;Lacerda et al, 2014;Piazza & Vivian, 2017;Oliveira, 2016). Apesar da existência de várias fontes de luz, destacam-se os lasers de baixa potência, os LED e as lâmpadas halógenas, porém estudos concluíram que a TFD possui maior efeito bactericida do que o laser, quando utilizados juntamente com a instrumentação e a irrigação com Hipoclorito de sódio (Araújo et al, 2013;Correia, 2018;Fernandes et al, 2018;Goettert, 2019;Mangano et al, 2012;Piazza & Vivian, 2017;Poly et al, 2010;Oliveira et al, 2021).…”