RESUMOObjetivo: Determinar a prevalência das DTM em graduandos de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Materiais e Métodos: Foram examinados 153 estudantes de todos os períodos, com idades entre 17 e 25 anos. Foram excluídos os graduandos em tratamento ortodôntico e aqueles com doenças sistêmicas graves, tais como neoplasias. Para determinação da prevalência e obtenção do diagnóstico das DTM foi utilizada uma ficha clínica composta por questionário de saúde e exame físico detalhados. Durante o exame físico, foi realizada a palpação bidigital e auscultação das articulações temporomandibulares, bem como a análise dos movimentos mandibulares e da amplitude de abertura bucal. Também foi realizada a palpação bidigital dos músculos mastigatórios e associados. Os dados foram analisados pelo teste Qui-quadrado (χ 2 ) ao nível de significância de 99% (α=0,01). Resultados: Os resultados mostraram que 39% dos graduandos apresentaram algum tipo de DTM (p=0,004), sendo que 73% eram do gênero feminino (p<0,001). Foi observada uma porcentagem de 93% de desordens articulares e 7% de desordens musculares, tendo sido 78% isoladas e 22% associadas (p<0,001). A DTM articular mais prevalente, independente do gênero, foi o deslocamento do disco com redução (68%) (p<0,001). Conclusão: A partir da análise dos dados, concluiu-se que quase metade dos pacientes avaliados apresentou algum tipo de DTM e que a grande maioria foi do gênero feminino. Além disso, observou-se que a DTM articular foi a mais prevalente. Descritores: Transtornos da articulação temporomandibular.
INTRODUÇÃOAtualmente, a desordem temporomandibular (DTM) pode ser definida como um conjunto de distúrbios que envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas 1,2 . O guia da Academia Americana de Dor Orofacial estima que 40 a 75% da população apresentam algum sinal de DTM e que 33% apresentam algum sintoma 3 , sendo o mais frequente a dor, principalmente localizada nos músculos da mastigação e na região pré-auricular 4 . O paciente pode queixar-se também de dor na mandíbula, dor de cabeça, ruído na articulação, dificuldade para abrir e fechar a boca e dificuldade na mastigação 5 . Os sinais e sintomas das DTM podem, ainda, estar associados a outras condições clínicas, como cefaléias, enxaquecas, dores no segmento cervical e hábitos parafuncionais, como o bruxismo e suas possíveis implicações, além das alterações comportamentais e fatores psicossociais 6 .A etiologia das DTM é multifatorial, podendo estar relacionada ao estresse, tensão emocional, interferências oclusais, perda de contenção posterior, alterações posturais, hábitos parafuncionais, alterações extrínsecas ou intrínsecas das articulações ou a combinação de fatores 7 . Além disso, a mastigação unilateral, deficiência nutricional e fatores sistêmicos podem contribuir para o aparecimento das DTM 8 . Todavia, apesar da evolução das pesquisas na área da DTM, a etiologia da mesma ainda apresenta controvérsias. Alguns estudos têm sido conduzidos em div...