O debate sobre ciclos tectônicos apresenta uma longa história de contribuições de diferentes escolas de pensamento, como os modelos mobilistas vs. fixistas. Este artigo traça um breve resumo da complexa história e, a partir da revisão, focaliza uma questão marcante da geologia regional do embasamento da Plataforma Sul-Americana: o problema da adoção do termo Ciclo Transamazônico. Ao ser introduzido na história do continente há quase 60 anos, o conceito baseou-se em alguns grupos de idades geocronológicas paleoproterozoicas, em escala de reconhecimento (principalmente dados K-Ar e Rb-Sr). Na época, o número de idades geocronológicas era inferior a mil para toda a plataforma. Hoje em dia, com base em um conjunto de novos e bons fatos geológicos e um melhor conhecimento das províncias estruturais, com melhor suporte geocronológico, sugerimos que o Ciclo Transamazônico, como originalmente proposto, deva ser descartado da literatura geológica brasileira.