Territorializações Precárias Na Cidade: Um Estudo De Caso Sobre as Cracolândias

Provas Digitais Obtidas em Fontes Abertas na Internet: Conceituação, Riscos e Oportunidades

“…Exemplos desta urbanização desurbanizada são as conhecidas Cracolândias (TAVARES, 2013): espaço onde se encontram dependentes químicos e onde estes realizam o seu direito ao espaço urbano. Para quem está dentro da Cracolândia, a representação criada e difundida não condiz com a realidade (TAVARES, 2013), serve apenas para justificar ações truculentas do Estado, que visam a transformação destes espaços urbanos e a "expulsão" da população que ali vive (TAVARES, 2013), esta "coerção e a repressão estatal, por meio da polícia e seus aparatos de controle e vigilância, dissolve a vivencia democrática e participativa, o direito à cidade e a liberdade" (TAVARES, 2013).…”

“…Vale ressaltar, que esses espaços públicos onde ocorre o uso de drogas, são espaços de interação e circulação de pessoas, e Embora "Cracolândia" seja uma representação, ela adquire um caráter material: se realiza concretamente no espaço, principalmente quando os veículos de comunicação se apropriam deste caráter simbólico para difundir suas opiniões acerca da violência e insegurança na cidade. As representações se assentam sobre uma superfície material e passam a identifica-las, gerando imaginários e juízos de valor (TAVARES, 2013).…”

“…Além do mais, a relação entre presença e ausência que é próprio das representações também acomete os grupos sociais incluídos precariamente, principalmente os moradores de rua, pois seu corpo está presente nas ruas da cidade, mas sua essência, sua capacidade criativa, seu potencial como ator, seu direito, sua autonomia e dignidade estão ausentes, atribuindo-lhes um aspecto de subhumanidade; presença e ausência percebida muitas vezes através do olhar, que ora enxerga, ora os torna invisíveis. Neste sentido, entendemos tais corpos como Harvey (2011), "um campo de batalha no interior e em torno do qual se acham em perpétua interação forças socioecológicas conflitantes de avaliação e representação (TAVARES, 2013).…”