O objetivo deste trabalho foi estudar os fatores que influenciam as assembleias de formigas arborícolas e epigéicas em fragmentos da Floresta Estacional Semidecidual do Estado do Rio de Janeiro. A amostragem das assembleias de formigas foi realizada em três fragmentos florestais no Município de Paraíba do Sul e quatro no Município de Três Rios. Em cada remanescente florestal, 20 iscas de sardinha e mel foram alocadas sobre o solo e a mesma quantidade foi pincelada sobre o tronco de árvores, com as formigas sendo coletadas manualmente. Foram obtidas variáveis ambientais para verificar a sua associação com a riqueza e a diversidade de espécies de formigas e com o número de guildas nos remanescentes florestais. Foram coletadas 55 espécies de formigas, pertencentes a 20 gêneros. A variável que mais influenciou a riqueza e a diversidade de espécies de formigas epigéicas foi o nível de isolamento dos fragmentos florestais, explicando significativamente cerca de 68% da variação da riqueza e aproximadamente 80% da variação da diversidade. O modelo matemático com as variáveis nível de isolamento dos fragmentos, profundidade de serapilheira, circunferência do tronco de árvores a altura do peito (CAP), luminosidade e área do fragmento, explicou mais de 99% da variação da riqueza de espécies de formigas epigéicas (R²= 99,94%; F= 339,06; P= 0,04). A riqueza de formigas arborícolas foi influenciada pela CAP (R²= 67,98%; F= 10,62; P= 0,02) e a diversidade de formigas arborícolas foi afetada pela CAP e pelo tamanho dos remanescentes florestais (R²= 81,90%; F= 9,05; P= 0,03). Foram observadas sete guildas de formigas, sendo a riqueza de guildas influenciada pela profundidade de serapilheira e pela luminosidade (R²= 77,87%; F= 7,04; P= 0,05). A mirmecofauna da Floresta Estacional Semidecidual é afetada pelas características da paisagem e da vegetação, relacionadas com o estágio sucessional da floresta e a heterogeneidade ambiental.