“…Como previamente apresentado no eixo quantitativo, a frequência de realização de exames sorológicos em período anterior ao episódio que motivou o uso da PEPsexual foi baixa entre os homens heterossexualmente ativos pesquisados, em que somente um em cada dez usuários de PEPsexual (10,4%) havia realizado TS-HIV alguma vez na vida. Os dados para outros exames, como o de Hepatite B, Hepatite C e Sífilis são ainda mais baixos (8,3%, 8,2% e 8,1%, respectivamente), sinalizando que, para muitos, o episódio de uso da PEPsexual foi responsável por apresentar esse método preventivo previsto no arcabouço da prevenção combinada.Dentre os fatores comumente associados na literatura epidemiológica como facilitadores ou motivadores ao acesso e utilização da TS-HIV pelos homens heterossexualmente ativos estão: ter elevado número de parceiras sexuais ou parceiras casuais nos últimos seis meses e ter conhecimento relacionado com o HIV(LIM et al, 2016;THOMAS et al, 2008); ter conhecido a parceira sexual na internet (BROWN; PUGSLEY; COHEN, 2015); ter um "novo parceiro" ou ter tido relações com pessoas com sorologia desconhecida(BREMER et al, 2006); ter aprovação da comunidade e das pessoas, de alguma forma, relacionadas (parceiros, família) (SOARES; BRANDÃO, 2012); bem como o acesso a serviços de cuidado à saúde (BOND; LAUBY; BATSON, 2005) e ter mais idade(RENZI et al, 2001;THOMAS et al, 2008).Ainda com base nos estudos epidemiológicos, as principais barreiras são: experiência com o estigma (CHESNEY;SMITH, 1999;LIM et al, 2016;MACQUEEN et al, 2015); ter comportamentos sexual de risco e de uso de drogas (BOND; LAUBY; BATSON, 2005); desconfiança na veracidade do resultado, demora na liberação do resultado e medocom implicações nas relações sociais(LAUBY et al, 2006;SOARES;BRANDÃO, 2012). Os custos de infraestrutura e baixa demanda de usuários/as relacionados ao estigma da aids são as principais barreiras para a expansão do método (ROTHERAM-BORUS; SWENDEMAN; CHOVNICK, 2009).…”