No presente estudo foram avaliados o consumo, a remoção e a dispersão secundária de sementes de Mucuna urens (Fabaceae - Faboideae) em um fragmento de Floresta Atlântica, no Parque Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis, SC. O padrão biométrico e o consumo por invertebrados foram avaliados em 100 sementes. A remoção e a dispersão secundária foram avaliadas em 120 e 25 sementes, respectivamente. A média do comprimento, largura e massa das sementes foi de 2,87±0,19 cm, 2,83±0,23 cm e 5,04±1,60 g, respectivamente, e 41% estavam consumidas por besouros Curculionidae, Scolytinae. Não houve relação do comprimento e da largura das sementes consumidas e não consumidas, sendo a massa das consumidas significativamente menor do que as não consumidas, devido aos escolitíneos se alimentarem do cotilédone. As cutias (Dasyprocta azarae) removeram 74,16% (n = 89) das sementes. Esse roedor dispersou 48% e enterrou 36% das sementes, a uma distância média de 8,06 m (± 7,46 m), variando de 1,00 a 35,90 m. A dispersão secundária e o estocamento das sementes de M. urens por cutias diminui a probabilidade de predação por outros vertebrados e invertebrados e aumenta as chances de ocorrer a germinação em sítios favoráveis, ajudando na propagação da espécie.