Objetivos: Avaliar as recomendações farmacêuticas de desprescrição realizadas aos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) clínica adulto. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo desenvolvido com as recomendações farmacêuticas de desprescrição de medicamentos, na UTI adulto de um hospital universitário em Fortaleza – CE, de 2017 a 2018. Os dados dos pacientes e das recomendações foram coletados a partir de prontuários de pacientes. A aceitabilidade das recomendações foi mensurada a partir da visualização da alteração sugerida em 24 horas. Os medicamentos envolvidos nas recomendações foram categorizados de acordo com a classificação Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) e com a de Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPP). Os dados foram compilados e analisados usando o software Microsoft Office Excel® 2013. Resultados: Realizou-se um total de 388 recomendações de desprescrição de medicamentos a 210 pacientes adultos que eram majoritariamente do gênero masculino (58%) e com idade média de 56 anos ± 16,8. A aceitabilidade das recomendações foi de 93,3% (n=362) e a média de medicamentos desprescritos por paciente foi de 1,7 ± 0,7, sendo todos interrompidos de forma abrupta. Os problemas relacionados com as desprescrições foram principalmente, prescrição de medicamentos não necessários (77,6%) medicamentos contraindicados (8,0%) e duplicidade terapêutica (5,1%). As classes terapêuticas mais prevalentes foram os antibacterianos para uso sistêmico (11,3%), oftalmológicos (20,8%) e medicamentos para distúrbios gastrointestinais funcionais (9,5%). Os principais medicamentos desprescritos foram o colírio hipromelose + dextrano (9,6%), bromoprida (6,9%) e cloreto de potássio injetável (5,8%), sendo esse último considerado um MPP. A classe mais associada a não aceitação da desprescrição foi a dos corticosteroides para uso sistêmico (23,1%). Conclusão: Este estudo mostrou um elevado nível de aceitação das recomendações de desprescrição, especialmente entre os antibacterianos para uso sistêmico. O cloreto de potássio injetável, considerado um MPP, ocupou o terceiro lugar geral de desprescrição. Futuros estudos devem avaliar o impacto das recomendações de desprescrição na morbimortalidade na UTI e na redução de custos hospitalares.