Neste texto ofereço um relato em primeira pessoa sobre a geografia humanística que Cloke e seus colegas competentemente descrevem como a que "traz os seres humanos em toda a sua complexidade para o palco central da geografia humana 2 " (Cloke et al, 1991: 58). Comecei meus estudos de pós-graduação em 1970 em um dos centros acadêmicos dos primeiros trabalhos humanísticos -o Programa de Pós-Graduação em Geografia da Clark University em Worcester, Massachussetts (Canter & Craik, 1987). Fiz meu trabalho de doutorado sob orientação de Anne Buttimer, que foi reconhecida como uma das maiores figuras da geografia humanística (por exemplo Buttimer, 1971Buttimer, , 1974Buttimer, , 1976Buttimer, , 1993 (Seamon, 1979).Baseado parcialmente na minha experiência em Clark e nos esforços profissionais feitos desde então, neste texto eu discorro sobre como começou a geografia humanística, quais foram seus precedentes e se ela desempenha algum papel na pesquisa geográfica atual. Enfatizo o relato em primeira pessoa porque, muito frequentemente, mesmo sem intenção, as filosofias mais comuns da geografia retratam as mudanças conceituais da disciplina como temporalmente finitas. Retratam perspectivas filosóficas mais novas como se elas suplantassem as perspectivas precedentes que estão, elas mesmas, desaparecendo em grande medida (Johnston, 1997;Peet, 1998; Cresswall, 2013). Nestas interpretações padronizadas, dizem que a geografia humanística desapareceu principalmente em torno dos anos 1980 já que suas perspectivas e conclusões foram absorvidas, transformadas ou refutadas por pesquisas mais estruturais, marxistas e feministas. Na realidade, a motivação central e as preocupações temáticas da geografia