OBJETIVO: Avaliar evidências de validade da estrutura interna da Escala Brasileira de Vulnerabilidade Odontológica (EVO-BR) quando aplicada no Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de natureza psicométrica, que busca validar uma escala construída através de evidências de estrutura interna. A coleta de dados foi realizada em 18 unidades básicas de saúde que executam a metodologia da Planificação da Atenção à Saúde, distribuídas nas cinco regiões do Brasil. A versão inicial da EVO-BR continha 41 itens que mediam vulnerabilidade odontológica e foram aplicados por em usuários com 18 anos ou mais, usuários do Sistema Único de Saúde, que estivessem nas unidades básicas de saúde para consulta por profissionais de nível superior. Para avaliação das evidências foram utilizadas as seguintes análises estatísticas: análise fatorial exploratória, confirmatória e network analysis. RESULTADOS: Participaram do estudo 1.753 usuários. Para adequação da amostra considerou-se a fatorabilidade obtida de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) = 0,65, Bartlett sphericity = 8019,7 e determinante da matriz de 0,008. A análise paralela inicial indicou um modelo de 4 dimensões e teve os itens ajustados conforme cargas fatorais (variaram de 0,38 a 0,99), comunalidades (0,13 a 0,89) e Pratt’s measure até que o modelo tivesse congruência nos princípios estatístico e interpretativo simultaneamente. O modelo final apresentou 15 itens, manteve a indicação de quatro dimensões pela análise paralela e com uma variância explicada de 68,56%. CONCLUSÕES: A EVO-BR é uma escala validada para mensurar vulnerabilidade odontológica, e pode contribuir para organização do acesso a equipe de saúde bucal na atenção primária à saúde por meio da estratificação da população, como recomendado na planificação.