RESUMO: Visa identificar a percepção da mulher mastectomizada acerca do apoio familiar, durante o tratamento quimioterápico; que tipo de enfrentamento adotam a mulher e a família, frente as dificuldades referentes ao tratamento quimioterápico e que mudanças são desencadeadas no convívio familiar. A coleta dos dados foi realizada com mulheres que realizam tratamento em uma instituição especializada, e ateve-se a critérios previamente estabelecidos, atendendo também os padrões burocráticos e éticos estabelecidos pela instituição. A amostra constou de 20 mulheres em faixa etária que variava entre 32 e 77 anos de idade.Os depoimentos, exceto um, foram colhidos por meio de gravador. Os resultados mostram que, no enfrentamento das situações decorrentes da quimioterapia, as mulheres costumam utilizar mecanismos que favoreçam a sua adaptação, conversando com amigos, saindo e se divertindo, ou ocupando o tempo para esquecer os problemas. A religião constitui, também, um fator importante na reabilitação da mulher. A força e desejo de ficar boa são armas importantes para vencer as dificuldades que o tratamento quimioterápico lhes impõe. A ajuda que recebem da familia é em forma de apoio emocional, financeiramente e em afazeres domésticos.PALAVRAS CHAVE: Família; Mulher; Quimioterapia; Enfermagem.
INTRODUÇÃODentre os problemas de saúde pública que vêm a cada dia se proliferando, afetando tanto a população masculina como a feminina, estão os tumores malignos. Nas mulheres, os tipos mais comuns são o câncer de mama e do colo uterino, responsáveis pela morte de um elevado número de brasileiras entre todas as idades, predominando, porém, na faixa etária acima de 40 anos.A incidência de câncer de mama no Brasil vem crescendo e, de acordo com a estatística destacada pelo INCA (1998), o câncer de mama classifica-se em primeiro lugar dos casos de neoplasia maligna. Foi estimado para o ano de 1998 o aparecimento de 32.695 casos e um total de 7.165 óbitos por essa patologia.Nesse contexto, no momento em que a mulher descobre alguma alteração em sua mama, pode adiar a confirmação do diagnóstico em razão do medo relacionado aos tratamentos que poderão ser estabelecidos. Estes incluem a cirurgia, radioterapia, tratamento quimioterápico e hormonal, podendo haver associação entre estes.O tratamento comumente indicado é a mastectomia, que consiste na retirada da mama ou de parte desta. Atualmente procura-se ao máximo conservar esse órgão. A mastectomia total só é empregada quando o tumor já está num estágio muito avançado e a mastectomia parcial associada à quimioterapia não resolvem. Logo, percebe-se a importância da detecção precoce do nódulo, a fim de um tratamento menos traumatizante e mais eficiente, possibilitando maiores chances de cura.Braccio (1997) enfatiza a importância de o câncer ser diagnosticado em estágio inicial, para evitar a mastectomia. Atenção especial, entretanto, deve ser dada ao auto-exame mensal das mamas, à visita periódica ao ginecologista e à realização dos exames solicitados pelo médico. Isso, entretanto, nem s...