RESUMO É relatado em alguns estudos que idosos deprimidos apresentam maior frequência de hipersinais ao exame de ressonância magnética do que controles normais. No entanto os indivíduos estudados tinham fatores de risco para doenças cerebrovasculares. Este estudo analisou pacientes com história de depressão maior e indivíduos controles compatíveis, excluindo-se fatores de risco cerebrovasculares, com o objetivo de determinar se indivíduos deprimidos apresentam maior frequência de hipersinais em substância branca e outras lesões. Avaliamos a prevalência e a severidade dos hipersinais à ressonância magnética de encéfalo em 30 pacientes idosos deprimidos e 20 controles pareados para a idade. Hipersinais de substância branca profunda, hipersinais periventriculares e hipersinais em substância cinzenta subcortical foram classificados em escala padrão 0-3, por dois radiologistas que desconheciam o diagnóstico clínico. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para hipersinais subcorticais. Estes achados sugerem que os fatores de risco cerebrovasculares provavelmente medeiam a relação entre depressão e hipersinais, encontrada em estudos anteriores.PALAVRAS-CHAVE: demência vascular, ressonância magnética nuclear, depressão, idoso.
Subcortical hyperintensities on magnetic resonance imaging: a comparison of normal and depressed elderly subjectsABSTRACT -Previous studies reported that depressed subjects had more signal hyperintensities on magnetic resonance imaging scans than control subjects, but the subjects had cerebrovascular disease risk factors. This study used subjects with a history of major depression and matched comparison subjects, screened to exclude cerebrovascular risk factors, to determine whether depressed subjects had more white matter hyperintensities and other lesions. We evaluated the prevalence and severity of MRI signal hyperintensities in 30 elderly depressed patients and 20 controls matched for age. Deep matter hyperintensities, periventricular hyperintensities and subcortical gray hyperintensities were rated on a standard 0-3 scale by two radiologists blind to clinical diagnosis. No significant differences were found between groups for the presence of subcortical gray matter, deep white matter and periventricular hyperintensities. These findings suggest that cerebrovascular disease risk factors most likely mediated the relationship between depression and hyperintensities in previous studies.KEY WORDS: vascular dementia, magnetic resonance imaging, depression, elderly. Existem poucas características clínicas que distinguem os idosos que apresentam depressão iniciada precocemente daqueles com depressão de início tardio 1-4 indicando que, se houver fatores de risco associados à idade, eles não podem ser identificados apenas por estas características. O risco familiar para depressão declina com o envelhecimento e os transtornos de início tardio podem, mais frequentemente, ser consequência de doenças cuja incidência aumenta com a idade como as doenças vasculares e neurodegenerativas...