ResumoA influência do fator cultural no âmbito da subcultura da Contabilidade é reconhecida pela literatura, que não descura os seus eventuais impactos na comparabilidade do relato financeiro. A presente investigação visa aferir a eventual existência de distintos níveis de valores culturais propostos por Gray (1988) em função de agrupamentos regionais. Adicionalmente, pretende-se testar a existência de uma eventual associação entre os referidos valores culturais. A recolha dos dados foi realizada a partir dos relatórios e contas consolidados anuais, referentes a 2013 e 2014, divulgados pelas entidades cotadas (grupos não financeiros) nos índices bolsistas relativos a mercados financeiros da União Europeia (UE), tendo sido utilizada a análise de conteúdo como metodologia. Após a aplicação de critérios específicos de seleção, a população final deste estudo é constituída por 137 entidades. Os resultados obtidos a partir da aplicação de técnicas de análise não-paramétricas bivariadas sugerem que o conservadorismo distingue-se em função de alguns agrupamentos regionais. Constata-se ainda a existência de uma conexão positiva entre o conservadorismo e o secretismo. Um dos contributos desta investigação consiste, entre outros, na identificação do potencial impacto da cultura sobre o julgamento profissional, mesmo no contexto do avançado processo de harmonização contabilística internacional em curso.
Palavras