Introdução: A pré-eclâmpsia responde por alta morbimortalidade no Brasil e no mundo. A sua etiologia ainda não foi totalmente esclarecida. Entre as alterações placentárias na pré-eclâmpsia citam-se: infartos, aumento de nós sinciciais, hipotrofia vilositária, espessamento da membrana basal trofoblástica e deposição de material fibrinoide. Objetivo: Analisar quantitativamente imagens do material fibrinoide perivilositário presente em placentas de gestações com e sem pré-eclâmpsia. Material e métodos: Foi realizado estudo de caso-controle no Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA). Realizou-se análise histomorfométrica de 840 imagens provenientes de 14 placentas de gestações com pré-eclâmpsia (casos) e 14 placentas de gestações sem pré-eclâmpsia (controles). Resultados: A média da área do material fibrinoide no grupo pré-eclâmpsia foi de 168,46 pixels, e no grupo sem pré-eclâmpsia, de 89,63 pixels. Foi observada uma quantidade menor da área total dos núcleos na pré-eclâmpsia, 89,51 pixels, do que no grupo controle, 113,34 pixels. Conclusão: Nas placentas de gestações com pré-eclâmpsia a área ocupada pelo material fibrinoide está aumentada em 1,8 vez em comparação com as placentas de gestações normais. As áreas dos núcleos e citoplasmas foram maiores no grupo controle. Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à área do estroma. Observou-se também redução do espaço ocupado pelas vilosidades na pré-eclâmpsia, sendo este fato compatível com hipotrofia vilositária.