Na atualidade, tem se destacado a prevalência de sinais e sintomas de estresse, Burnout, ansiedade e depressão entre os estudantes universitários quando comparados à população geral. O ingresso a uma IES envolve diversas mudanças para o jovem, como mudanças de cidade ou até mesmo Estado, novos hábitos de estudos, transformações nas redes de amizades, de apoio e também da vida cotidiana dos estudantes, sendo experienciada de forma singular. Ao analisarmos as vivências acadêmicas, ou seja, o modo como o estudante vivencia a etapa de educação superior, considera-se que esta possui cinco dimensões: pessoal; interpessoal; estudo; carreira; e institucional. Para além das características pessoais, a presença ou ausência de serviços de assistência estudantil na universidade também ser consideradas na compreensão do bem-estar psicossocial dos estudantes universitários. O objetivo deste trabalho foi identificar as implicações dos serviços de atenção psicossocial para as vivências acadêmicas dos estudantes de graduação da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Para a metodologia, foi utilizada a abordagem quanti-qualitativa, dividida em duas etapas: na primeira, foi aplicado de forma online o Questionário de Vivências Acadêmicas, na sua versão reduzida (QVA-r), correspondendo a uma amostra de N = 439 estudantes de graduação da UFV. Na segunda etapa, foram realizadas 17 entrevistas semiestruturadas com os estudantes de graduação e 05, com os profissionais do serviço de atenção psicossocial, ambos da UFV. Os dados quantitativos foram analisados a partir da Análise Exploratória dos Dados utilizando o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e para os dados qualitativos realizou-se a Análise de Conteúdo com auxílio do software IRaMuTeq. Os resultados do QVA-r indicaram que a dimensão institucional possuiu a maior média entre as demais, evidenciando que os estudantes percebem a UFV de forma positiva e a dimensão pessoal obteve a menor média, constatando que os estudantes de graduação possuem demandas referentes ao seu bem-estar psicológico e físico. Nas entrevistas, dentre os fatores de risco que mais interferem na vivência acadêmica, o mais citado foi relacionado ao bem-estar emocional, sendo o principal fator a ansiedade, estando em consonância com os resultados do QVA-r. A pandemia da COVID-19 e a necessidade da implementação do Ensino Remoto Emergencial também foram relatados como fatores de risco para as vivências acadêmicas e o bem-estar psicossocial dos estudantes. Constatou-se que a visão dos profissionais sobre os fatores que interferem no modo como o estudante vivencia o ES está em concordância com a percepção dos estudantes. Em relação ao apoio psicossocial, há um desconhecimento entre os estudantes sobre como é a atuação dos serviços oferecidos, apesar de reconhecerem a sua importância para a vivência acadêmica. Na visão dos profissionais, há um limite institucional para a sua atuação e falta de recursos teóricos- metodológicos que possam fundamentá-la. Considera-se que o apoio psicossocial tem implicado nas dimensões das vivências acadêmicas e o conhecimento sobre elas por parte da universidade é relevante para a promoção de ações de permanência na instituição. Por fim, evidenciou-se que há possibilidades de novas pesquisas que podem contribuir para o avanço das políticas de assistência estudantil no ES. Palavras-chave: Vivências Acadêmicas. Atenção Psicossocial. Ensino Superior. Estudantes Universitários.