RESUMO-A presença dos glicosídeos cianogênicos amigdalina e prunassina, e de β-glucosidases as quais hidrolisam estas moléculas, faz com que a amêndoa de pêssego apresente potencial toxidez pela possibilidade de liberação de cianeto de hidrogênio, impossibilitando a utilização da amêndoa e de subprodutos como alimentos. até o presente, não há dados disponíveis na literatura sobre as condições de hidrólise das enzimas presentes neste material. este trabalho visou a mensurar o conteúdo de amigdalina, e as condições ideais de pH, temperatura e concentração do substrato de extrato bruto de β-glucosidases para a atuação enzimática, em amêndoas de pêssego. os resultados demonstraram a presença do glicosídeo na amêndoa de pêssego em níveis semelhantes aos relatados para outras amêndoas. Quanto à atividade de β-glucosidase, a enzima apresentou K m e v máx de 2,7 mmol.l -1 de amigdalina e 0,1407 mmol de glicose.min -1 .mg -1 de proteína, respectivamente, valores que indicam menor afinidade pelo substrato amigdalina do que de enzimas purificadas que catalisam as mesmas reações. O pH ótimo da enzima foi o 7,0, porém entre 5,0; 6,0 e 8,0 ainda ocorre elevada atividade. a enzima demonstrou estabilidade nas temperaturas empregadas neste estudo, apresentando máxima atividade a 60ºC. Deste modo, o uso destas alterações não é suficiente para inativação enzimática e utilização segura das amêndoas de pêssego. Termos para indexação: amigdalina, liberação de cianeto de hidrogênio, Prunus persica.
β -GLUCOSIDASE ACTIVITY IN ENZYME EXTRACT OBTAINED FROM PEACH KERNELABSTRACT -The presence of cyanogenic glycoside amygdalin and prunasin, and of β-glucosidases which hydrolyze these molecules, causes potential toxicity in peach kernel by the possible hydrogen cyanide release, disabling the use of the kernel and their sub-products as foods. Until now, no data are available in the literature on the conditions of the enzymes hydrolysis present in this material. This study aimed to measure the amygdalin content, and the optimal conditions of pH, temperature and substrate concentration of β-glucosidases crude extract for the enzymatic activity. The results showed the presence of the glycoside in peach almond in levels similar to those found for other almond kernels. Regarding the activity of β-glucosidase, the enzyme showed K m and v max of 2.7 mmol l -1 of amygdalin and 0.1407 mmol of glicose. min -1 .mg -1 of protein respectively, values that indicate lower affinity for amygdalin substrate than purified enzymes that catalyze the same reaction. The optimum pH of the enzyme was 7.0, but between 5.0, 6.0 and 8.0 high activity still occurs. The enzyme showed stability at the temperatures employed in this study, with maximum activity at 60 ° C. Thus, the use of these changes is not sufficient for enzyme inactivation and safe use of peach kernels.